Excelente a sala dos jogos, nunca tinha visto similar no Brasil. Nível bom, de 30 jogadores, 27 possuíam rating FIDE e mais dois conseguiram completar com esse torneio, incluindo o vice-campeão. Muito combativo o torneio, pouquíssimos empates, inclusive na última rodada, em que houve somente dois.
Gostei muito de ver o garoto Dawton Lemos jogando de igual para igual com experientes jogadores e conseguindo um excelente terceiro lugar, invicto e empatado em pontos com o campeão.
Em oitavo lugar ficou a enxadrista Janete, que junto com Dawton, mostra a força do interior e classifica-se a frente de muitos jogadores com rating superiores ao seu. Acredito que são frutos de sementes plantadas lá atrás com um belo trabalho de interiorização do xadrez efetuado pelo ex-presidente da federação Fernando Lessa.
E a antiga Escola Técnica Federal do Ceará mostrou que era um celeiro de enxadristas, diversos representantes dos saudosos Jogos da Escola Técnica - JETEC do final da década de 80 estavam presentes, Március Brandão, Pedro Lima Neto, Hugo Buarque, Francisco José, Wellington Pinheiro, Luis Ernesto. Das dez primeiras posições nada menos que quatro foram oriundos daquela geração.
Destaco de minhas partidas a vitória contra Aloísio Lopes, na qual planejei com muita antecedência chegar a um final vencedor, e consegui executar o plano e vencer a partida (em casa o Fritz destruiu toda a minha análise e mostrou até que em determinado momento eu fiquei perdido, mas que eu saí feliz da partida saí rs). A posição final almejada, após erros das duas partes, foi a seguinte (na transcrição da partida para o chess results foi omitido os lances b4 e b5):
Negras jogam e ganham |
A ideia é que se fosse a vez das brancas jogarem, estas estariam perdidas, pois as negras fariam 1. ... Rg3 seguido de 2. ... f3 e cairia o peão d4. Portanto, o objetivo das negras é passar a vez (os peões em "a" não alteram nada, devido a simetria).